Rádio a Ferro e Fogo Online

16.1.11

AGRESSOR - DISCOGRAFIA ( MACAÉ - RJ)




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AGRESSOR - KILL OR DIE (1988)


VICTMIN OF YOURSELF(2006)
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DESTRUIÇÃO METÁLICA - EXCELENTE DEMO DE 1986
BANDA CARIOCA DE MACAÉ


CONHEÇA A HISTÓRIA DA BANDA
FFormada no fim de 82 na cidade de Macaé/RJ, o Agressor fez história no underground nacional e infelizmente encerrou suas atividades em 1992. Mas os deuses do Metal os fizeram voltar e com Beco e Diego Massili (Guitarras), Cláudio (Baixo) e Paulo (bateria e vocal), temos aí uma ótima banda pronta pra tocar e trazer novamente aquela chama do Thrash Metal Oitenta, feito de forma fiel e original! Pois é. Conversamos com um dos fundadores da banda, o Paulo, que nos contou um pouco da história do Agressor, sobre a cena carioca, confiram abaixo:

TGZ: Parabéns Paulo e toda galera do Agressor! O que ouvimos nesse cd-demo, que é uma prévia do cd que está prestes a sair, é um fudido Thrash Metal que parece ter ficado esquecido por um bom tempo. Em primeiro lugar eu acho que muitos leitores gostariam de saber o porquê da banda ter parado anos atrás?

Paulo:
Primeiramente obrigado pelas palavras. Sobre a inatividade do Agressor, os motivos são quase sempre os mesmos para qualquer banda: divergências entre integrantes. Uns querem direcionar musicalmente a banda pra um caminho que outros discordam. Muita gente não sabe lidar com a contrariedade e prefere desistir. Outro ponto considerável é que como não há retorno financeiro, qualquer situação de trabalho, estudo ou com a família já coloca a banda em último plano. As coisas não andam, o desânimo acaba tomando conta, sem esquecer também que aqui em Macaé temos um agravante, pois é uma cidade de interior difícil de arrumar integrantes que se encaixem com a proposta da banda. Se hoje ainda é assim, por volta de 1990 nem se fala. Trabalho em grupo não é uma relação fácil para a natureza quase egoísta do ser humano e fazer parte de uma banda requer maleabilidade. Ora você abre mão dos seus pontos de vista, ora os seus prevalecem.

TGZ: E sobre a volta, de quem foi a idéia? E os outros membros que não voltaram, vocês ainda tem contatos com eles?

Paulo:
Particularmente sempre pensei nessa volta, mas ela ocorreu efetivamente a partir do relançamento em vinil da demo Kill Or Die (1988), que saiu em 2001 pelo selo Dies Irae. Já existia um “facilitador” como a internet e como sempre estava em contato com Beco (guitarra), decidimos tocar novamente em 2002. Num primeiro momento procuramos nos estruturar na questão de equipamentos, lugar para ensaio e adequando nossos outros afazeres com as necessidades que uma banda exige. O foco seguinte passou a ser as composições e nossa home-page. Sobre os antigos integrantes, temos contato com todos eles, mas chegamos a contatar somente o Ivan (baixista) para voltarmos com a mesma formação que gravou o Kill Or Die, que era um trio. Infelizmente ele está com outras prioridades: além da questão profissional, ele tem uma banda que toca rock nacional e está se dedicando também na função de pai de primeira viagem...rs.

TGZ: Cara, as músicas deste cd-promo são ducaralho! Devemos esperar o álbum nessa linha? E quando será lançado? E por qual selo?

Paulo:
Uma preocupação que temos é que as músicas sejam distintas entre si, não se pareçam umas com as outras. Manipulation of Masses, por exemplo, foi feita com essa intenção: de termos uma música com um andamento mais cadenciado, uma outra sonoridade sem perder o peso, uma vez que a maioria das músicas são rápidas. Nosso Cd terá 10 músicas e já temos nove delas prontas. Iniciaremos as gravações ainda em 2004 e esperamos que saia no início de 2005. O disco tem o título provisório de No Hate, No Fear, No Pain. Um título que reflete exatamente as letras que fazemos, com essa abordagem social, que nos permite colocar toda nossa indignação contra várias situações do nosso cotidiano. Falamos dessa valorização exacerbada que as pessoas dão ao dinheiro e ao poder que se transforma em soberba e falta de humildade, onde passam por cima das questões humanitárias e ambientais, sem esquecer dos governos que existem para defender os interesses da maioria, mas acabam sendo defensores de segmentos minoritários cada vez mais ricos, como os bancos e grandes empresários. A questão das letras é um ponto importantíssimo para nós e no encarte do CD teremos a letra em inglês e também a sua tradução em português. Pelo menos por hora o Cd sairá de forma independente e estamos vendo a questão da distribuição. Faremos também uma tiragem em vinil e será em Picture Disc. Da mesma forma do Kill Or Die, esses vinis sairão pela Dies Irae e quase todos eles irão para fora do Brasil, pois o vinil ainda é muito valorizado fora daqui.

TGZ: O Agressor pretende fazer uma tour para divulgar esse disco? Quais os planos futuros da banda?

Paulo:
Temos planos de tocar sim, mas tudo precisa ser estudado antecipadamente, principalmente quando falamos da nossa disponibilidade de tempo, uma vez que temos nossas atividades profissionais. Mas pensamos por etapas: Primeiro temos que nos acertar com essa formação que é nova, trabalhar na gravação desse CD, nessa questão da distribuição e divulgação.

TGZ: Nós percebemos que o RJ revela muitas bandas de Metal com características bem oitenta como é o caso do Farscape, Apocalyptic Raids, Diabolic Force (infelizmente essa última encerrou suas atividades) entre outras. No passado havia bandas como Dorsal Atlântica e vocês. Mas também percebemos que a cena carioca ficou um tempo meio que “fria”, diferente de hoje e de tempos atrás. A que você atribui tal acontecimento? Outra pergunta é a seguinte, você costuma freqüentar shows, bares onde a galera Metal freqüenta por ai? E no período que o Agressor levou parado você continuou os contatos?

Paulo:
Acho que na questão da linha de som, há de tudo um pouco: metal tradicional, thrash, death, black, melódico, só citando as bandas que têm páginas na net e há ainda aquelas que estão nas cidades do interior e que não se mostraram.
Na questão dos shows, nos anos 80 viajávamos até o Rio para irmos às lojas de discos e ver shows no Caverna, que era um colégio que nos fins de semana era utilizado para as bandas tocarem. Dessa época, guardo na lembrança shows da Dorsal Atlântica, Azul Limão, Calibre 38, Taurus, etc. Logo depois veio o primeiro Rock in Rio em 85 que foi histórico. Ver Whitesnake, Scorpions e principalmente AC/DC e Ozzy ao vivo foi inesquecível. No ano seguinte, vimos um grande show no Maracanãzinho com o Venom, Exciter e a Dorsal - que inclusive fez um grande show. Enfim, a coisa realmente caminhava no sentido da cena evoluir, mas não foi o que ocorreu. Penso que houve uma falha na engrenagem. Bandas – selos – mídia - público, mas não saberia identificar o problema. Talvez cada segmento tenha falhado um pouco.
E sobre a última pergunta, no período que paramos com a banda os contatos não foram mantidos. Aliás, era uma doideira ter que responder correspondências escrevendo tudo na mão. Hoje com o computador a coisa melhorou e muito.

TGZ: Creio que daquela época pra cá houve muitas mudanças, mas no seu ponto de vista qual a principal diferença da cena daquela época pra cena de hoje?

Paulo:
Antigamente havia poucas bandas, tudo era novo e por isso mais difícil. De uns tempos pra cá as coisas evoluíram muito. Hoje se o cara resolve montar uma banda ele tem acesso às lojas de instrumentos, professores, vídeo aulas, estúdios e como referência escuta bandas de todo canto do mundo. Com o surgimento da internet ele coloca o som dele numa página e o divulga em “N” sites no Brasil e no mundo. Em contrapartida esse mesmo cara tem que se mostrar num universo onde há um enorme número de boas bandas que também estão divulgando o seu trabalho, para um público que tem mais opções e está mais exigente com o que vai ouvir.

TGZ: Qual sua opinião sobre bandas de Metal popularizar o estilo, tipo, bandas de Metal aparecerem em programas de Tv de grande audiência?

Paulo:
Desde que essas bandas sejam autênticas e apareçam mostrando o que realmente são não vejo problema. Não concordaria se elas forjassem algo que não são.

TGZ: E sobre uma palhaçada armada por desocupados chamada Massacration, você concorda que os bangers devam apoiar tal idiotice?

Paulo:
Apesar de nunca tê-los visto ou mesmo ouvido o som que fazem, sei que é uma banda criada por um programa da MTV, portanto uma brincadeira que vai de encontro ao que coloquei na última resposta. Mas esse ponto de vista é particular. As pessoas são livres e cada uma delas gasta seu dinheiro e seu tempo no que quiser. Esse é mais um exemplo de como a mídia manipula a cabeça das pessoas, como dita regras e comportamentos. Posso estar errado, mas sinceramente não acredito que o banger que ouve Slayer, Exodus ou Testament iria ouvir o Massacration. Vendo por um outro lado, de repente esse pessoal que gosta deles são pessoas que estão ouvindo metal há pouco tempo, os acham engraçados e pode ser que essas mesmas pessoas passem a ouvir o verdadeiro metal, o que acabaria sendo bom. Se acontecesse isso já seria algo positivo a presença deles, sem esquecer que um dos seus integrantes toca numa banda cover do Death. Quem sabe se através de um estereótipo ele consiga abrir portas para uma banda séria surgir num futuro próximo?

TGZ: Agora falando sobre zines, todos nós sabemos da importância dos mesmos principalmente para as bandas undergrounds, mas hoje com a evolução da tecnologia existem também os Web Zines que ao meu ver junto com os Zines e Revistas ajudam a divulgar o Metal Underground, mas há quem diga que tal formato (web-zine) não é underground. Qual sua opinião acerca dessa polemica?

Paulo:
Com o advento da internet, realmente os zines perderam um pouco da sua força na medida que as pessoas começaram a ter essas mesmas informações pela tela do computador. Muitos zines migraram para este outro tipo de mídia, mas ainda vejo os zines como ferramenta importante para o banger conhecer novas bandas e desse modo, isso se torna interessante para essas bandas também. Num país como o nosso em que a democratização do computador ainda é ilusão, onde uma minoria tem computador e um número ainda inferior tem acesso à internet, eles têm um veículo democrático para utilizarem. São abnegados, pois no Brasil hoje, zines, webzines e bandas (90 % delas) vivem do entusiasmo e da paixão pela música.

TGZ: Cara muito obrigado por nos ceder essa entrevista, um forte abraço e fica aqui a torcida do ThunderGod Zine para que o Agressor consiga se firmar na cena pela qualidade que a banda tem !!!

Paulo:
Nós é que agradecemos o espaço cedido e não falando em causa própria - pois antes de tudo sou um fã de música pesada - gostaria que as pessoas dessem mais atenção às bandas brasileiras. Em todos os cantos do país temos inúmeras boas bandas em vários estilos. Vamos valorizar mais nossas coisas. Visitem nosso site ( www.agressor.com.br ) para nos conhecer melhor e/ou trocar uma idéia.


FONTE: THUNDERZINE

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