Rádio a Ferro e Fogo Online

8.10.09

SEAWALKER

SEAWALKER - Novo Myspace

Olá Pessoal?
Gostaríamos de convidar todos vocês para visitarem o nosso novo MYSPACE que já está no ar. O mesmo conta com uma música em versão demo, especialmente para a galera que estava curiosa em sacar o nosso som. A música em questão chama-se HEALLADISE e fala sobre terrorismo islâmico, guerras, e assuntos relacionados.
Convidamos à todos para não só nos adicionarem no Myspace, mas também nos adicionarem aqui no Orkut e também entrarem para a nossa comunidade.
Abraços:
SEAWALKER
Links: www.myspace.com/seawalkermetal
Comunidade: http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=90722729&refresh=1


ENTREVISTA CONCEDIDA AO BLOG METAL CLUB
Filipe Duarte, 31 anos e natural do RJ, pode ser considerado um dos mais qualificados músicos do cenário mineiro. Com passagens por bandas tradicionais como Dynasty, Vorticis e Sweet Sinners, o baixista e vocalista carrega vasta experiência no underground, além de ser apaixonado por música desde sua infância.
 
O Metal Clube conversou com o músico, que contou detalhes de sua carreira e revelou novidades sobre o Seawalker, seu novo projeto. Confira! 
 
Metal Clube – Olá Filipe! Foram meses planejando essa entrevista, é uma honra para nossa equipe mostrar um pouco sobre sua carreira.

Filipe - A honra é toda minha. Acompanho o Metal Clube desde 2004, ano em que o site foi fundado e de lá para cá sou testemunha do crescimento e da evolução do mesmo. Para mim é um enorme prazer e privilégio conversar com vocês.

Metal Clube – Nada melhor que começar falando como surgiu o seu primeiro contato com a música pesada.  Quais foram as primeiras bandas de Rock que conheceu e influenciaram você como músico?
 
Filipe - Desde muito pequeno eu já percebia um gosto pela música, o que me fazia ser um pouco diferente dos meus irmãos e amigos em geral. Tenho uma foto guardada do meu aniversário de dois anos e na ocasião eu havia sido presenteado com um violão de brinquedo.
 
Minha mãe lembra que eu não quis saber de outra coisa naquele dia a não ser o tal violãozinho (risos). Mas eu acho que meu primeiro grande contato de verdade com a música foi em 1988 quando meu pai me levou no show da cantora norte-americana “Tina Turner” em São Paulo, onde morávamos na época. Eu tinha 10 anos de idade e meus pais precisaram usar de uma boa lábia com o fiscal do juizado de menores para que eu pudesse assistir ao show cuja censura era de 14.
 
Dois anos depois, em 1990, foi a vez de me levarem para ver Paul McCartney no Rio.  Depois daí comecei a ter aulas de violão, em seguida ganhei uma guitarra, e depois um baixo. Com 14 anos comecei a tocar em algumas bandas locais, desta vez já morando em Natal-RN. Era tudo muito precário e até pedal duplo artesanal feito em madeira, chegou a ser utilizado em uma das minhas bandas. Tudo isso por que ainda não era possível encontrar o acessório para venda por lá na época.
 
Metal Clube – Após morar um período nos EUA, você veio para Belo Horizonte em 1997, aonde integrou a banda Dynasty. O que tem de lembranças daquela época? Como foi encarar o trabalho com músicos com alto grau de profissionalismo?

Filipe - O Dynasty foi minha primeira banda com uma postura mais profissional. A banda levava os ensaios muito a sério e os resultados começaram a vir de uma forma rápida. Tocar fora de Minas Gerais era quase uma rotina para a banda e continuou sendo mesmo após a minha saída. Tocamos em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo. Todos estes estados mais de uma vez, e uma ocasião, em Curitiba no Paraná.  Minhas lembranças são um misto de seriedade com ingenuidade, que na época, era inevitável pela idade que tínhamos. As viagens eram demais. Especialmente São Paulo, aonde a banda realmente chegou a ter um público mais cativo. Todo show, a gente já sabia que tal galera ia estar lá, e era sempre demais.
 
Em 1998, abrimos em BH, o show da banda “Son of a Bitch”, que era formada por ex-integrantes do Saxon. Foi uma grande experiência também e eu até hoje guardo este show em uma fita VHS. Também não posso deixar de mencionar a viagem que eu e o então vocalista Nahor Andrade fizemos a Buenos Aires na Argentina em 2001. Foi uma semana e tanto que tivemos lá, com muitas entrevistas, rádios, fanzines, sites e até programa de TV.

Metal Clube – Na mesma época houve uma boa repercussão demo tape “Into Righteousness”. Qual era a expectativa de vocês naquela ocasião e como andava a atualidade no cenário mineiro?

Filipe - Sim, a demo tape realmente foi uma grande surpresa para a banda, pois ninguém esperava que ela fosse ter o reconhecimento que teve, pois chegamos a vender cerca de 1000 cópias, um feito para a época. Creio que hoje aquele trabalho não teria relevância, mas na época era diferente. O Dynasty surgiu com uma proposta que pouquíssimas bandas tinham que era fazer um Heavy Metal mais cru, voltado para Black Sabbath, Cathedral, e Iron Maiden. Estas poderiam ser consideradas as grandes influências da banda na época.

A segunda metade dos anos 90 foi um pouco complicada para o Heavy Metal, pois se falava muito na decadência das grandes bandas como Metallica, Iron Maiden, e até mesmo o Sepultura, por conta do rompimento com o Max. Então a grande mídia deixou consideravelmente de dar atenção ao gênero. Sendo assim o público ficou meio que “a ver navios” e eu acho que isso nos ajudou, já que o trabalho da banda era justamente um resgate do bom e velho metal.

Metal Clube – Um fato marcante em sua carreira foi a participação com a banda Eminence, abrindo para o Sepultura em 1999. Um show visto por 3000 pessoas, com direito a elogio do guitarrista Andreas Kisser sobre seu trabalho. Pode-se dizer que esse ainda é o melhor momento de sua carreira como músico? Conte-nos detalhes sobre esse show e como surgiu o convite do Eminence.


Filipe - O melhor momento da minha carreira é sem dúvida este que eu vivo agora. Sendo que este, eu tenho certeza que não irá se comparar com o que virá. Mas não há dúvidas que o show com o Eminence foi um divisor de águas para mim. Eu já os conhecia e na época, estavam sem baixista. Eles haviam acabado de retornar da primeira turnê européia, onde eles haviam utilizado um baixista local, portanto aqui eles estavam desfalcados.
 
Sendo assim, surgiu o convite para o show com o Sepultura. Em um belo dia, chego da faculdade e recebo um telefonema do Alan Wallace, me convidando para tocar com eles no show. O tempo era curto então eu tive que aprender nove músicas em 15 dias. Naquela época eles já possuíam uma visão totalmente profissional e empresarial da banda, além de bastante conhecimento técnico a respeito de equipamentos importados e como tirar os melhores timbres, etc. Sempre fui e sempre serei um grande admirador do profissionalismo desta banda, cujo privilégio eu tive de conhecer de perto a maneira como eles trabalham. Não tenho dúvidas que todo o reconhecimento que eles colhem hoje é fruto de muito trabalho e dedicação, e é por isso que os tenho como exemplo.

Metal Clube – Outro show que marcou de forma positiva a sua carreira foi a abertura para os paulistanos do Shaman, agora integrando o Vorticis. Fale-nos sobre essa apresentação e sua jornada com o Vorticis, outro grupo tradicional da cena.

Filipe - Sim, este já foi mais recente. O Vorticis foi outra grande banda que eu tive o privilégio de tocar, só que neste caso foi como integrante mesmo. Em setembro de 2007, ficamos sabendo de um concurso que o Lapa Multshow estava realizando com bandas, a fim de selecionar as que fariam a abertura para o show do Shaman, que ocorreria naquele mesmo mês.
 
Disputamos com bandas excelentes como Silvercrow, Arya, entre outras e ganhamos.  Fizemos um show para cerca de 800 pessoas que foi muito f***! Deixei a banda em Novembro de 2008, pois infelizmente a minha agenda não podia mais atender à banda na época. Mas não tenho problema nenhum em dizer que considero Kleiner Marra (guitarra), um dos melhores compositores de Heavy Metal aqui de BH.

Metal Clube – Você ficou um período sem nenhuma banda para tocar em 2005 e chegou a pensar em largar o baixo. Todavia, você havia se formado em psicologia em 2004 e havia decidido que não exerceria a profissão para se dedicar a música. Conte-nos com detalhes sobre essa fase ruim e quais foram os motivos que te levaram a continuar se dedicando a carreira musical, deixando a psicologia de lado.

Filipe  - Esta fase foi realmente muito difícil do ponto de vista pessoal e profissional. O músico, por mais que seja um sujeito com necessidades inerentes de expressar sua arte, precisa de outros músicos por perto para poder fazê-lo.  E nesta época, me lembro que mesmo procurando em todos os cantos, não achava uma boa banda na cidade que estivesse precisando de um baixista com o meu perfil.
 
Foi uma fase complicada como você disse, cheguei a pensar que ali poderia ser o fim da linha. Foi mais ou menos nesta época que eu percebi que se não fizesse a coisa por iniciativa própria, eu poderia acabar me aposentando, ao menos como músico de Metal. Embora depois desta época, recebi convites e toquei em outras bandas, mas foi ali que nasceu o embrião do que hoje é o Seawalker.

Metal Clube – Em BH, você já passou por três bandas: Dynasty, Vorticis e Sweet Sinners, além de ter iniciado alguns shows acústicos em carreira solo. Considera que essas alterações e mudanças podem ter atrapalhado a continuidade de sua carreira, impedindo uma estabilidade maior?

Filipe - Acredito que não.  Tudo na vida é um aprendizado desde que a gente consiga extrair o que cada situação tem de melhor para nos dar. Todas estas bandas tiveram sua parcela de contribuição para o músico e para a pessoa que eu sou hoje, não creio que eu mudaria algo do passado se pudesse. Como você disse, eu também tenho os meus trabalhos paralelos, pois também toco voz e violão na noite. Mas o melhor de tudo ainda está por vir, tenho certeza disso!

Metal Clube - Você vivenciou várias fases dentro do underground mineiro. Consegue nos fazer uma comparação com o passado e dizer quais são as principais mudanças que ocorreram desde anos atrás, quando você iniciou a carreira?

Filipe - Cara, eu acho que uma das principais mudanças é um pouco no perfil do fã de metal mesmo, que hoje em dia, percebo que são sujeitos mais bem humorados, mais de bem com a vida do que antes. Houve um tempo em que para se curtir metal, era preciso o cara também ser bom de briga, muitas vezes também ser um fracasso escolar, abusar de drogas e/ou álcool, e consequentemente ser um sujeito marginalizado pela sociedade. Dificilmente eu vejo este tipo de perfil nos dias atuais.

A galera que curte metal é, em geral, uma galera antenada com o que está acontecendo, muitas vezes são bons alunos, não raro possuem boas noções da língua inglesa, já que boa parte do segmento em si é trabalhado nesta língua, ou seja, isto faz do fã de Heavy Metal um sujeito globalizado, já que na maior parte do mundo ele irá encontrar outras pessoas que, como ele,  gostam das mesmas bandas. Sinto-me muito feliz por não existir mais aquele perfil negativo, associado antigamente ao Metal. Neste aspecto eu não tenho nem um pouco de saudades do passado. Outro ponto positivo que destaco é a presença feminina nos shows que aumentou significativamente nos últimos 15 anos. Isso é um reflexo mundial. As mulheres conseguiram conquistar o espaço delas no Heavy Metal, e tomara que tenham chegado para ficar.
 
Por outro lado perdeu-se consideravelmente o gosto por shows ao vivo, principalmente de bandas nacionais. Antes, prestigiar um show de uma banda local por aqui era mais do que um privilégio e as pessoas não perdiam essa chance por nada. Hoje, muitas bandas excelentes que estão aí “ralando” para mostrar o seu trabalho, são desprezadas pelo próprio público que prefere os shows internacionais, com ingressos bem mais caros.
 
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Metal Clube – Foi divulgado meses atrás no Metal Clube sobre seu novo projeto.  A banda Seawalker, composta também por Ricardo Linassi (bateria) e Reinaldo Figueiredo (guitarra). Um time de peso, com figuras importantes em MG. Como surgiu essa idéia? Pode-nos adiantar algo sobre o projeto?

Filipe - O Seawalker é na verdade uma banda mesmo. É basicamente o resultado de tudo que eu já fiz musicalmente até hoje. Ou seja, lá se vão 16 anos tocando Metal em diversas bandas e acumulando experiência, não só como músico, mas também como gerenciador, compositor, cantor, arranjador, etc. A semente do Seawalker foi plantada em 2006. Como eu não conseguia achar uma banda para mim, decidi que iria arregaçar as mangas e iniciar um trabalho por conta própria. Até então nem o nome Seawalker existia ainda, a coisa toda era de fato, apenas um projeto.

Aí vieram o Vorticis e o Sweet Sinners e eu deixei a coisa um pouco de lado, mas ano passado resolvi juntar as músicas que eu já tinha e convidei o Ricardo e o Reinaldo para fazerem parte do trabalho. Começamos a ensaiar semanalmente e foi a partir daí que o Seawalker ganhou forma e se tornou uma banda.  Juntamos oito composições próprias, sendo seis minhas e duas do Ricardo, as quais eu coloquei letra e melodia e já iniciamos as gravações no final de junho.
 
A previsão para a conclusão do trabalho é para o final deste ano, e em 2010, a gente lança o CD e quebramos com tudo! Outro detalhe interessante, é que o Seawalker carrega de forma indireta a bandeira da consciência ambiental. Uma das músicas do CD fala sobre estas questões tais como:  Aquecimento Global, matança indiscriminada de animais e a destruição da Amazônia. Não há mais como negar esta realidade que está aí todos os dias nos jornais. Se algo não for feito, o futuro da humanidade poderá ser uma verdadeira incógnita.

Metal Clube – Filipe, chegamos ao fim. Nossos sinceros parabéns por todos os seus belos e empenhados trabalhos realizados até hoje. São de pessoas assim, competentes e profissionais, que o cenário nacional precisa! O espaço é seu!

Filipe - Só tenho a agradecer a vocês do Metal Clube simplesmente por existirem e serem o que são: Um canal de comunicação e informação para toda a comunidade roqueira, não só de Minas mas também do Brasil. Dizer que para mim é uma honra ser entrevistado por vocês é chover no molhado. Vi o site nascer e o acompanho até hoje.

Agradeço aos leitores do site e a toda galera que vem acompanhando o nosso diário de gravações e perguntando pelo Seawalker, onde me encontram. Quem ainda não conhece o nosso trabalho, pode acessar: www.seawalkermetal.com e www.myspace.com/seawalker , onde teremos alguns samplers do CD muito em breve.

No mais, queremos dizer a vocês que a espera será compensada. Estamos fazendo um trabalho diferente, pesado, melódico, agressivo, com muito feeling e principalmente com muito carinho e dedicação, especialmente para vocês que gostam de Heavy Metal.

A gente se vê por aí! Abraços!
 

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