conheça um pouco sobre o burn nessa entrevista antiga concedida a wiplash
Whiplash!: Os catarinenses, em especial os da região da grande Florianópolis, com certeza conhecem o Burn, mas provavelmente os outros estados brasileiros nunca ouviram falar da banda. Por favor, conte um pouco sobre os primórdios da história do conjunto.
Carlucho:
Whiplash!: O Burn ficou conhecido por suas apresentações memoráveis nos anos 80, que são comentadas até os dias de hoje. Vocês criaram toda uma estrutura, praticamente um empresa, e partiram à luta. Carlucho, dê mais detalhes de como funcionava tudo isso.
Carlucho:
Whiplash!: Além da eficiência desta estrutura toda, o fundador Márcio sempre foi um bom compositor. Por que o Burn nunca se aventurou para outros estados do Brasil?
Carlucho: Pela simples falta de oportunidade e pela panela que se formava no eixo Rio–São Paulo...
Carlucho: Foi o show do TAC (Teatro Álvares de Carvalho) em 1983, no qual o Burn conseguiu duplicar a capacidade do teatro quase causando uma tragédia, mas fazendo um show imperdível. Ninguém se machucou por milagre, pois imagina colocar mais de mil pessoas num lugar que só cabem 500... E a partir disso o Burn foi colocado na lista negra do teatro, ficando proibido de tocar no TAC por décadas.
Whiplash!: O que impediu a banda de gravar seu primeiro álbum nos anos 80? Foi realmente este fato que resultou no término das atividades do Burn, por volta de 1990?
Carlucho: Mais ou menos isso. Contávamos com um apoio que na última hora amarelou.
Whiplash!: Márcio Silva retornou sozinho com o Burn em 2001. Foi um bom tempo afastado... O que motivou a voltar, ainda mais sem seu irmão e co-fundador, Vítor Celso?
Carlucho: Pelo simples fato de não conseguir viver sem o rock’n roll!
Whiplash!: Depois de tanto tempo na expectativa de debutar com um disco, qual foi a sensação de ter em mãos o ótimo “Sagrado Rock´n´Roll” em 2003?
Carlucho: Foi como um sonho realizado para a banda e para os fãs, afinal, com “Sagrado Rock´n´Roll” conseguimos resgatar grandes clássicos das antigas com algumas composições novas.
Whiplash!: Seu segundo disco, “Tempos Perdidos" (07), está bem mais melódico que seu antecessor e, por que não dizer, passa certa sensação de saudosismo ao ouvinte. Como foi a reação dos antigos fãs em face desta mudança?
Carlucho: A reação foi boa, inclusive a partir desse trabalho começamos a ganhar um outro tipo de público, mais maduro e mais interessado nas letras, que passam na maioria das vezes mensagens bem positivas e inteligentes. O Burn sempre contou com letras bem bacanas, mas com esse segundo e terceiro trabalho isso foi superado.
Whiplash!: Falando em letras, “Nigrai Nuboi” é cantada em esperanto e ficou espetacular! Qual é a idéia por trás desta canção?
Carlucho: A idéia foi, além de abranger o nosso público, alcançar o mundo, pois o esperanto hoje em dia é falado por milhões de pessoas em todos os continentes. E essa música foi adaptada da antiga canção “Nuvens Negras”, que alcançou o primeiro lugar nas rádios de Florianópolis por várias semanas em 1984.
Whiplash!: O Burn está comemorando 30 anos com seu novo disco, “Era da Paz”. Como vocês encaram as duas fases da banda? No passado, um bom público e nenhum disco. E agora vocês estão com três álbuns, mantém o respeito aparentemente intacto por parte dos velhos fãs e lutam por uma fatia do público mais jovem, que encara a música de forma muito diferente da velha geração...
Carlucho: A primeira fase do Burn foi muito positiva; em matéria de shows, então, foi espetacular! Só que naquela época gravar alguma coisa era muito difícil, mas agora com essa facilidade que existe, nós queremos ganhar o 'tempo perdido' (*) - conheço essa frase de algum lugar ahahah! - e conseqüentemente os fãs antigos, e muito mais novos seguidores...
(*) Nota do editor: 'Tempo perdido' é uma alusão ao segundo álbum do Burn, "Tempos Perdidos", gravado em 2007.
Whiplash!: A festa dos 30 anos do Burn, ocorrida no Bar Célula (11/07) foi incrível. O comentário geral – inclusive por parte do pessoal das antigas – é que foi uma das apresentações mais bacanas que viram com a banda. Pelo jeito, vocês continuam em uma ótima fase, não?
Carlucho: Nós sempre tentamos fazer o melhor, mas nesta noite tudo deu certo para fazermos algo inesquecível. A chegada do nosso novo baixista nos deu sangue novo para fazermos ainda melhor, e a participação dos convidados foi fantástica! Contamos com Renato do Brasil Papaya, Nico (ex-baixista do Burn), Gnomo do Mongrel, Coruja do Monttana, o Bruno Medieval e o Guto do Hard Rock S.A.
Whiplash!: Nestes longos 30 anos, qual foi o pior momento para o Burn?
Carlucho: Para mim foi quando nos separamos em 2004, quando tínhamos tudo para decolar... O Márcio ficou meio desmotivado com o cenário na época, a falta de apoio, etc. E resolveu dar um tempo.
Whiplash!: OK, Carlucho! Deixo meu agradecimento pela entrevista e o espaço é seu para os comentários finais.
Carlucho: Gostaríamos de agradecer a vocês do Whiplash! pelo espaço e convidar a todos do Brasil para conhecer esta que está entre as primeiras bandas de Rock Pesado do Brasil! Valeu!
Um comentário:
O link não funciona se possivel favor repostar...
grato
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